Apresento aqui a introdução da revista "Método dinâmico de desenho e pintura" da editora escala adiquirida por mim em 05/10/2007 escrita por Eduardo Schloesser.
"O que você vai querer ser quando crescer?" Esta é a pergunta que todo adulto faz a uma criança quando quer fazer "média". Como se a cirança perguntada tivesse algum discenimento para reponder. Penso que as mais sinceras diriam "não sei", mas não acho que não haja sinceridade em respostas como "jogador de futebol, "astronauta, "limpador de piscinas" ou "presidente da reública-resposta que meu irmão deu certa vez-, mas o infante, naquele momento, está convicto de que sua decisão de ser "escritora", "motorista de ônibus" etc. Eu me lembro que eu devia ter sei lá, 6 ou 7 anos, e, sabem, aquele perídio não corresponde a 6 ou 7 anos de hoje, e me foi feita a clássica pergunta: "O que você vai ser quando cescrer?". O ambiente? Estávamos num elevador, na repatição em que meu pai trabalhava.
Eu não tinha a menor noção do que seria quando crescesse, mas quem quiz fazer média fui eu. Média com meu pai. E de maneira ingênua, sem ter a menor idéia do que ele fazia da vida, mas queria ser como ele, respondi: "Vou ser o homem que sobe no elevador". Meu pai e os outros explodiram na gargalhada, "o garoto quer ser ascensoritsta". Não foi o que eu quiz dizer, mas meu tiro saiu pela culatra. Não foi a última vez. Anos mais tarde, um tio, já falecido fez uma pergunta semelhante. E aí, já adolescente dei uma resposta segura:"Vou ser desenhista", ao que ele me respondeu: "Isso é profissão de vagabundo!".
Assim, curto e grosso. Certas respostas nem parecem como uma maldição de sogra ruim. E durante muitos anos eu fui visto assim: comilão, mulherendo e vaganundo. Hoje, como mais do que nunca, tenho uma mulher e me vejo obrigado a trabalhar muitas horas-como desenhista claro, para continuar no páreo.
Na minha infância conheci muitos garotos que desenhavam bem. Não sei quantos continuaram. Na dolescência, outros tantos muito talentosos não avançaram, apesar dos cursos que podiam pagar-eu nunca pude. Um virou professor de história, outro é vendedor, outro ainda... Bem, esse último eu não sei o que faz da vida. Resolvi prosseguir para desmentir meu tio. Bem, pra falar a verdade, não foi por isso, não. Pra ser sincero, nunca houve nada que eu gostasse de fato, que parecesse valer a a pena algum esforço. Desenhando eu encontrei a formar de estar inserido em algo. O papel em branco, a ponta do lápis deslizando sobre a superfície e uma imagem, um mundo era criado. Era como me sentir um pouco dono da situação. Ao criar personagens para minhas histórias em quadrinhos, transmitia uma visão de um mundo (negativa para muitos) que era notada até pelos mais apáticos.
A arte do desenho, da pintura possui esse poder, de centrá-lo dentro de seu próprio universo, O esforço vale a penas. Os sucessos nem sempre são financeiros, é verdade, mas aquilo que você cria a partir de uma folha em branco não há borracha ou crítica que possam apagar. Desenhar com o coração requer coragem e disposição para enfrentar o crítico, o reacionário, o invejoso que diz que é prifissão de vagabundo.
Não existe progesso na vida sem trabalho árduo. É claro que você já ouviu isso antes, mas nunca é demais lembrar. Até porque quando não conseguimos desenhar aquela mão, aquele pé, aquele prédio na perspectiva correta, pensamos: cara, acho que não sirvo pra essa coisa, nunca vou desenhar como fulano de tal. Bem, o tal fulano chegou até lá por que teve forças para passar por esta fase. Vamos lá, você também consegue!
Assunto: O DESENHISTA. 
Sáb 12 Jul 2008 - 20:20
